Orar e/ou Rezar
Diz-nos um santo doutor: Quando lemos a
palavra de Deus, é Deus que fala conosco!... Quando nos elevamos em oração a
Deus, somos nós que falamos com Deus. Então, é maravilhosa essa estrada de mão
dupla; isto é, uma que vem de Deus ao nosso coração, e outra que vai do nosso
coração ao coração de Deus, o qual já está dentro de nós, através da condução
amorosa do Espírito Santo (Sl 31,8; Rm 8,14).
Entendemos quão apertada, difícil e
longa, é a estrada da porta estreita que nos leva ao coração de Deus;
entretanto, o arcanjo Gabriel, em resposta, disse a Maria de Nazaré: “a Deus
nenhum coisa é impossível” (Lc 1,37).
A esse respeito, também, o Senhor Jesus
falou:
“Aos homens isto é impossível, mas a
Deus tudo é Possível.” (Mt 19,26).
“Olhando Jesus para eles, disse: “aos
homens isto é impossível, mas não a Deus; pois a Deus tudo é possível” (Mc
10,27)”.
Respondeu Jesus: “O que é impossível
aos homens é possível a Deus.” (Lc 18,27).
O Senhor Jesus e o apóstolo Paulo,
sobre a vida de oração, para melhor proveito, acrescentaram:
“È necessário orar sempre sem jamais
deixar de fazê-lo.” (Lc 18,1).
“Vivei sempre contentes. “Orai
sem cessar.” Em todas as circustâcias, dai graças, porque esta é a
vosso respeito, à vontade de Deus em Jesus Cristo. Não extingais o Espírito.
Não desprezeis as profecias. Examinai tudo: abraçai o que é bom. Guardai-vos de
toda a espécie de mal” (I Ts 5,17-22).
Nossa vida de oração é como a escada do
sonho de Jacó, em Betel. Ela ligava a terra ao céu e, por ela, os anjos do
Senhor subiam e desciam; isto é, levavam a Deus as preces de seu povo, e,
desciam do céu, trazendo em resposta, as bênçãos do coração de Deus aos
corações de seus filhos e filhas amados. Entretanto, é-nos necessário viver na
unidade de um só espírito com o Senhor Jesus Cristo (I Cor 7,17), sob o influxo
das virtudes teologais:
- De fé para a fé; pois, o justo vive
da fé.
“Com efeito, não me envergonho do
Evangelho, pois ele é uma força vinda de Deus, para a salvação de todo o que
crê, ao judeu em primeiro lugar e depois ao grego. Porque nele se revela a
justiça de Deus, que se obtém pela fé e conduz à fé, como está escrito: O justo
viverá pela fé” (Hab 2,4).
Na verdade, temos motivo para nos
alegrar sempre no Senhor. Que seja testemunhada aos homens a vossa bondade,
através das obras de nossa fé (Tg 2,26b). Por isso, deveremos andar sempre
alegres no Senhor!...
“Não vos inquieteis com nada! Em todas
as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração,
as súplicas e a ação de graças. E a paz de Deus, que excede toda a
inteligência, guardará vossos corações e vossos pensamentos, em Cristo Jesus”
(Fl 4,6-7).
Assim, tudo o que fizermos, seja de bom
coração, como para o Senhor e não para os homens, certos de que receberemos a
recompensa, a herança das mãos do Senhor. (Cl 3,23-24).
Ora, a vida de oração é um orar sem
cessar (I Ts 5,17); isto é, uma oração como encontro. É uma intimidade
constante com Deus, que nos amou primeiro (I Jo 4,19) e que nos ama,
eternamente, desde quando é Deus e desde quando amou a si mesmo.
Diversos são os contextos da vida do
coração; mas o Senhor conhece a todos. Para isso, em seu Filho, nosso Senhor
Jesus Cristo, somos salvos mediante o batismo de regeneração e renovação do
Espírito Santo (Tt 3,4-7).
“Porque
é gratuitamente que fostes salvos mediante a fé. Isto não provém de vossos
méritos, mas é puro dom de Deus” (Ef 2,8).
Assim, quando lemos um texto bíblico
(Intus- legere); isto é, lendo-o a partir do profundo da verdade integral,
acolhendo-a como a própria face do Espírito Santo em nossos corações se vê a
luz divina com os olhos do coração e, através do ciléncio íntimo e profundo do
nosso ser – a alma -, ouvimos, com os ouvidos interiores, a voz do cilêncio;
isto é, do Todo-poderoso, que nos fala em cognições indeléveis, as quais só
poderão compreendê-las na medida em que se vive num só espírito com o Senhor
Jesus Cristo. (I Cor 6,17).
João C. Porto