quinta-feira, 29 de abril de 2010

CURSO DA BOA NOVA DO SENHOR JESUS >> BN 01.1

O Conhecimento de Deus

O estudo das Escrituras objetiva conduzir os filhos e filhas de Deus ao conhecimento da verdade integral, que liberta (Jo 8,32) e da perfeita vontade do Senhor (Rm 12,2), inspirando-os ao que é útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça, a fim de que todo o homem de Deus seja perfeito e apto para toda boa obra. (II Tm 3,16-17)
Assim, para este mister, é-nos necessário que o busquemos de todo o coração:

“Então procurarás o Senhor, teu Deus, e o encontrarás, contanto que o busques de todo o teu coração e de toda a tua alma” (Dt 4,29).

“Procurar-me-eis e me haveis de encontrar, porque de todo o coração me fostes buscar” (Jr 29,13)

Sabemos que o Senhor Jesus nos diz que somente ele revela o Pai a quem ele quiser revelar (Mt 11,27b). Por outro lado, S. Paulo nos ensina que ninguém conhece as coisas de Deus senão o Espírito de Deus. (I Cor 2,11b)
Nisto fica claro que, mesmo através das Escrituras e das obras criadas (Rm 1,20), Jesus Cristo e o Espírito Santo são a luz e poder de revelação do conhecimento de tudo quanto o Senhor, nosso Deus, quer que conheçamos em sua plena vontade. (Rm 12,2)
Vejamos, pois, quais são as vias fundamentais do conhecimento de Deus:

a) As Sagradas Escrituras:

“Toda a Escritura divinamente inspirada por Deus é útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça, a fim de que todo homem seja perfeito e apto para toda obra boa” (II Tm 3,16-17)

“Tudo o que foi escrito, para nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e consolação que nos dão as Escrituras, tenhamos esperança” (Rm 15,4).

“Jesus, respondendo, disse-lhes: Errais, não compreendendo as Escrituras nem o poder de Deus” (Mt 22,29)

b) O Magistério da Igreja:

“Se não os ouvir, dize-o a Igreja, se não ouvir a Igreja, considera-o como um gentio e um publicano” (Mt 18,17-18)

c) A Sagrada Tradição:

“Permanecei, pois, constantes, irmãos, e conservai as tradições, que aprendestes, ou por nossas palavras ou por nossa carta. O mesmo nosso Senhor Jesus Cristo, e Deus e Pai nosso, o qual nos amou e nos deu uma consolação eterna e uma boa esperança pela graça, console os vossos corações e os confirme em toda a boa obra e palavra” (II Ts 2,14-16)

“Nós vos exortamos, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo o irmão que viver desordenadamente e não segundo a doutrina que foi recebida de nós” (II Ts 3,6).

“Guarda o bom depósito por meio do Espírito Santo, que habita em nós” (II Tm 1,14).”e o que ouvistes de mim diante de muitas testemunhas, confia-o a homens fiéis, que sejam capazes de instruir também a outros”(II Tm 2,2)

Entretanto, podemos confirmar ainda de outra forma:

a) A obra da criação de Deus:

“e dizendo: Ó homens, que ides vós fazer? Nós também somos mortais, homens como vós, que vos pregamos que vos convertais destas coisas vãs ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que há neles;” (At 14,15)

“porque o que se pode conhecer de Deus é-lhes manifesto, pois Deus lho manifestou. De fato as coisas invisíveis dele, depois da criação do mundo, compreendendo-se pelas coisas feitas, tornaram-se visíveis, e assim o seu poder eterno e a sua divindade, de modo que são inescusáveis” (Rm 1,19-20),

“para que busquem a Deus e o encontrem como que às apalpadelas, embora ele não esteja longe de cada um de nós (Is 55,6), porque nele vivemos, nos movemos e existimos, como até o disseram alguns dos vossos poetas: somos verdadeiramente da sua linhagem (Sb 13,1-9)” (At 17,27-28).

b) A capacidade sobrenatural dada ao homem (II Cor 3,5), a qual o induz, pela moção de suas faculdades naturais, ao conhecimento de Deus, em face a revelação da fé e o testemunho de sua experiência pessoal com o Criador (Gn 3,8):

“O homem não pode receber coisa alguma, se lhe não for dada do céu (Jo 3,27; Tg 1,17).

c) Os ensinamentos divinos transmitidos aos fiéis, pela Santa Igreja de Cristo que, para este contexto, recebeu do Senhor Jesus Cristo poderes especiais:

“Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus” (Mt 16,19).

“Se recusa ouvi-los, dize-o à Igreja. E se recusar ouvir também a Igreja, seja ele para ti como um pagão e um publicano. Em verdade vos digo: tudo o que ligares sobre a terra será ligado no céu, e tudo o que desligares sobre a terra será também desligado no céu” (Mt 18,17-18).

“... soprou sobre eles dizendo-lhes: “Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos”” (Jo 20,22-23).

d) As Escrituras Sagradas como fonte de sabedoria inspirada por Deus aos homens de boa vontade. (Lc 2,14)

“Toda a Escritura divinamente inspirada por Deus, é útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito, apto para toda a obra boa” (II Tm 3,16-17).

Devemos falar de Deus aos irmãos e irmãs em Cristo, a partir de suas perfeições, as quais são atributos metafísicos que correspondem à essência divina.

Unidade

“Tu foste testemunha de tudo isso para que reconheças que o Senhor é Deus, e que não há outro fora dele. Fez-te ouvir a sua voz do céu para tua instrução, e na terra mostrou-te o seu grande fogo, e o ouviste falar do meio das chamas. Porque amou teus pais, e elegeu a sua posteridade depois deles, tirou-te do Egito com a força de seu poder, despojando em teu favor povos mais numerosos e mais robustos do que tu, para introduzir-te em sua terras e dá-las a ti em herança, como estás vendo hoje. Sabe, pois, agora, e grava em teu coração que o Senhor é Deus, e que não há outro em cima no céu, nem em baixo na terra” (Dt 4,35-39)

Simplicidade

“Vinde e vede um homem que me contou tudo o que eu tenho feito. Não seria, porventura, o Cristo?” (Jo 4,29).

“Do meio do fogo o Senhor falou. Ouvistes o som de suas palavras, mas não víeis no entanto nenhuma forma, somente uma voz”(Dt 4,12).

“O egípcio é homem e não deus, seus cavalos são carne e não espírito. Quando o Senhor estender a mão, o protetor cambaleará e o protegido cairá. E eles perecerão conjuntamente” (Is 31,3).

Ubiquidade

“Com efeito, o Espírito do Senhor enche o universo. E ele, que tem unidas todas as coisas, ouve toda voz” (Sb 1,7).

“Poderá um homem se ocultar de tal modo que eu não o veja? – oráculo do Senhor. Porventura não enche minha presença o céu e a terra? – oráculo do Senhor” (Jr 23,24).

Eternidade

“Abraão plantou um tamariz em Bersabéia e invocou ali o nome do Senhor, Deus da eternidade” (Gn 21,33)

“O Senhor reinará eternamente, e além da eternidade” (Ex. 15,18 – Vulgata)

“Levanto para o céu a minha mão e digo: tão certo como eu vivo eternamente”, ... (Dt 32,40).

Imutabilidade

“Deus não é homem para mentir, nem alguém para se arrepender. Alguma vez prometeu sem cumprir? Por acaso falou e não executou?” (Nm 23,19).

“Porque eu sou o Senhor e não mudo” (Ml 3,6a)

“Toda dádiva boa e todo dom perfeito vêm de cima: descem do Pai das luzes, no qual não há mudança, nem mesmo aparência de instabilidade” (Tg 1,17)

O fato de sermos a obra-prima das mãos do Criador, sobretudo, objetos de sua predileção, sua imagem viva sobre a terra, quer como templo onde Deus habita (Is 45,15; I Cor 3,16) e/ou templo do Espírito Santo (I Cor 6,19-20), já o somos como que predestinados, extrínseco e intrinsecamente, a adquirirmos o conhecimento de Deus. É como se a gente pudesse dizer: é impossível que não o encontremos!...
Através das criaturas, porque, apesar de nossas limitações, Deus formou-nos seu povo (Sl 99,3) e história da salvação, para qual Ele mesmo se fez homem, revestindo-se de sua própria imagem e semelhança, para dialogar conosco face a face e ensinar-nos segundo seu Espírito, todas as coisas de tudo quanto nos foi dado.. (Jo 14,26; I Cor 2,12-13).
“Pois é a partir da grandeza e da beleza das criaturas que, por analogia, se conhece seu autor” (Sb 13,5).

Das Escrituras, porque elas falam de Deus, das coisas criadas, do pecado, das promessas e da salvação em seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo. (Jo 6,29)
Da tradição escrita e oral (testemunhos) e do Magistério da Igreja, que muito nos ensinam e exortam a que alcancemos a plenitude do conhecimento do amor de Cristo Jesus (Ef 3,19) e, assim, estejamos capacitados por Deus ao exercício pleno da vida, na Igreja e no mundo. (II Cor 3,5)
Assim, é necessário que aquele que fala de Deus, tenha antes falado com Deus, para que possa falar com uma consciência nova, fruto da sabedoria divina. E, além disso, esteja firme na fé, na esperança viva e na caridade do amor do Pai e do Filho. É assim que estaremos revestidos do conhecimento de Deus, em o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.
É sumamente importante que, aqueles que falam em nome de Deus, estejam revestido da amizade e da intimidade que vivem num só espírito com o Senhor Jesus Cristo. (I Cor 6,17).

“Todos vós sois filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo (Gl 3,26), pois, todos os que foram batizados em Cristo, estão revestidos de Cristo. (Gl 3,27)

Finalmente, é-nos necessário ainda, que, ao falarmos de Deus e de sua palavra de vida, sejamos corajosos, vibrantes e destemidos, anunciando a palavra e exortando a todos, como nos ensina S. Paulo: “prega a palavra, insiste oportuna e importunamente, repreende, ameaça, exorta com toda paciência e empenho de instruir. Porque virá tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajustarão mestres para si. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas. (II Tm 4,2-4)

João C. Porto

CURSO DA BOA NOVA DO SENHOR JESUS >> BN 01.2

Crer em Deus Pai Todo-poderoso

Deus existe! Todas as obras, por ele criadas, testemunham de sua existência e de sua presença no meio de nós e, de modo especial, em nossos corações.

“Desde a criação do mundo, as perfeições invisíveis de Deus, o seu sempiterno poder e divindade, se tornam visíveis à inteligência, por suas obras; de modo que não se podem escusar” (Rm 1,20)

“Verdadeiramente um Deus se esconde em tua casa, o Deus de Israel, um Deus que salva!” (Is 45,15)

O Senhor é o único Deus e não há outros. Ele é incriado, sempre existiu e existirá ab aeterno e além de toda a eternidade. (Ex 15,18 – Vulgata).

“Ouve, ó Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração,de toda a tua alma e de todas as tuas forças” (Dt 6,4-5).

“Vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor, e meus servos que eu escolhi, a fim de que se reconheça e que me acreditem e que se compreenda que sou eu. Nenhum deus foi formado antes de mim, e não haverá outro depois de mim. Sou eu, sou eu o Senhor, não há outro salvador a não ser eu” (Is 43,10-11)

É necessário que acreditemos que Deus existe (Hb 11,6); que do nada criou todas as coisas. Ele criou o universo! Criou o céu, a terra e tudo o que neles há. Ele (Deus) nos criou com amor eterno e afeição constante; modelou-nos com suas mãos, soprou nas nossas narinas (Jó 33,4) e transportou-se para dentro de nós, como sua imagem viva, plena e perfeita, e deu-nos uma alma vivente, a fim de que pudéssemos nos mover e interagir no meio sensível da matéria onde vivemos; sobretudo, para que, pela a ação do Espírito Santo em nossos corações, possamos conhecer todas as coisas que, por Deus, nos foram dadas. (I Cor 2,12)

“Homens, clamavam eles, por que fazeis isso? Também nós somos homens, da mesma condição que vós, e pregamos justamente para que vos convertais das coisas vãs ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo quanto neles há” ( At 4,15)

Na verdade, no princípio da criação o Espírito Santo pairava sobre as águas; pronto para executar a vontade de Deus – Verdade Eterna -, e a fidelidade suprema do Filho – fonte da sabedoria no céu e na terra, conforme os mandamentos eternos.

“No princípio Deus criou o céu e a terra. A terra estava informe e vazia; as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas” (Gn 1,1-2)

Quando rezamos, dizemos: “Creio em Deus Pai, Todo-poderoso”. Considerando o que S. Paulo nos ensina: “Ninguém dirá “Senhor Jesus”, senão sob a ação do Espírito Santo” (I Cor 12,3), procure, então, meditar para compreender o “crer em Deus Pai”.

Observemos isto: O Senhor, nosso Deus, quer que o procuremos de todo o coração (Dt 4,29; Jr 29,13). Ele mesmo nos ordena: “Buscai o Senhor, já que ele se deixa encontrar; invocai-o, já que está perto” (Is 55,6) Ora, a ordenação de nossos esforços ao encontro do Senhor é esta: procuramos, porque o desejamos; desejarmos, porque o amamos; o amarmos porque o conhecemos; e, finalmente, o conhecemos, porque já vivemos num só espírito com o Senhor. (I Cor 6,17)

Por isso é-nos necessário compreender os sentidos das Sagradas Escrituras. Segundo o Catecismo católico, distinguem-se dois sentidos: o sentido literal e o sentido espiritual. O sentido espiritual, no entanto, divide-se em três outros sentidos:

a) Sentido alegórico. Compreenderemos, de forma mais profunda, a significação dos acontecimentos em Cristo. Assim, a travessia do mar vermelho é um sinal da vitória de Cristo, e também do batismo.
b) Sentido moral. “Os acontecimentos relatados na Escritura podem conduzir-nos a um justo agir”, pois eles foram escritos “para nossa instrução” (I Cor 10,11-13).
c) Sentido anagógico. “Podemos ver realidades e acontecimentos na sua significação eterna, conduzindo-nos (em grego: “anagoge”) para a nossa Pátria. Assim, a Igreja na terra é sinal da Jerusalém celeste”.

Desse modo, como está escrito: a letra ensina o que aconteceu; a alegoria, o que se deve crer; a moral, o que devemos fazer; a anagogia, para onde devemos caminhar. Então o crer com fé, com esperança e com caridade, eleva-nos ao conhecimento do amor de Cristo, que excede toda a ciência, para que estejamos cheios da plenitude de Deus. (Ef 3,19)

Assim, quem crê, certamente o faz com fé no coração; pois, conforme diz o apóstolo S. Tiago: “Até os demônios crêem e tremem” (Tg 2,19).

Vejamos como poderemos distinguir o “crer” com fé, do “crer” sem fé. Vejamos como o apóstolo Paulo nos ajuda compreender essa diferença: “A fé provém da pregação e a pregação se exerce em razão da palavra de Cristo” (Rm 10,17).
Assim, entendemos que, quem não observa a palavra de Deus e não a vive sob o fundamento dos apóstolos e dos profetas, tendo o Senhor Jesus Cristo como principal pedra angular que segura e fortalece a fé viva no coração, não pode crer de verdade.

Ora, S. Paulo assim nos fala: “Com efeito, não me envergonho do Evangelho, pois ele é poder de Deus para a salvação de todo o que crê, ao judeu em primeiro lugar e depois ao grego. Porque nele se revela a justiça de Deus, que se obtém pela fé e conduz à fé, como está escrito: O justo viverá pela fé. (Hab 2,4)”.

Quando Deus criou o homem e a mulher, ia ter com eles todas as tardes, na hora da brisa mais fresca depois do meio dia (Gn 3,8), para formar a unidade de conhecimento com eles, e daí promover a amizade e a intimidade de corações com eles.

Assim, tendo o homem pecado, posto que foi tentado e caiu, perdeu a graça santificante, bem assim a felicidade da presença de Deus sobre a terra; e, consequentemente, o Espírito do Senhor deixou de habitar o seu coração. (Gn 6,3)

A partir do pecado original, o homem e a mulher, fora da presença de Deus, e sentindo o grande vazio em seus corações, procuraram meios de uma aproximação necessária.

Assim, depois da queda, a infidelidade de nossos primeiros pais, o Senhor, nosso Deus, Deus de Israel, Deus de Abraão, de Isaac e Jacó, repreendendo o Satanás, prometeu-nos, em seus desígnios de prosperidade, um futuro e uma esperança. (Jr 29,11)

“Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3,15)
Desse modo, tendo o homem pecado, posto que foi tentado e caiu (Eclo 25,33), perdeu os dons preternaturais: a imortalidade, a impassibilidade, a integridade e, sobretudo, a graça santificante, pelo que o Espírito de Deus já não mais habitava o seu coração; mas que, intermitentemente, o possuía, quando da necessidade de proclamação dos oráculos divinos.

É certo que o homem, inicialmente, se utilizou de meios para reconquistar a amizade do Senhor.

“Passando algum tempo, ofereceu Caim frutos da terra em oblação ao Senhor. Abel, de seu lado, ofereceu dos primogênitos do seu rebanho e das gorduras deles; e o Senhor olhou com agrado para Abel e para sua oblação” (Gn 4,3-4).
“O Senhor respirou um agradável” odor, e disse em seu coração: “Doravante, não mais amaldiçoarei a terra por causa do homem – porque os pensamentos do seu coração são maus desde a juventude –, e não ferirei mais todos os seres vivos, como o fiz” (Gn 8,21).

É certo que o homem, tendo sido criado “por Deus e para Deus”, o Senhor, apesar do pecado, nunca retirou dele a sua afeição. (Jr 31,3) Na verdade, o homem e a mulher foram criados segundo à imagem e semelhança de Deus (Gn 1,26; Sb 2,23-24).
O que importa é que, hoje, o Senhor Jesus Cristo representa para nós, no seio de sua Igreja e em nossos corações, a imagem do Deus invisível. (Cl 1,15-20)

Assim, pela redenção da cruz, o Senhor, nosso Deus, devolveu-nos a dignidade de filhos e filhas (Gl 4,4-6). Por isso, a grande vocação de santidade que temos é a nossa comunhão com Deus. Ora, por Cristo, o Senhor, nosso Deus, não apenas reatou a amizade conosco, nos moldes do princípio, mas, na sua imutabilidade, não retirará jamais do homem e da mulher a felicidade que sempre teve e tem reservada para eles em seu coração de Pai de toda a eternidade.

“Mesmo que as montanhas oscilassem e as colinas se abalassem, jamais meu amor te abandonará e jamais meu pacto de paz vacilará, diz o Senhor que se compadeceu de ti” (Is 54,10).

“Bem conheço os desígnios que mantenho para convosco – oráculo do Senhor –, desígnios de prosperidade e não de calamidade, de vos garantir um futuro e uma esperança. Invocar-me-eis e vireis suplicar-me, e eu vos atenderei. Procurar-me-eis e me haveis de me encontrar, porque de todo o coração me fostes buscar”(Jr 29,11-13).

No curso da história da salvação, certamente o homem aprendeu do Senhor, conforme as suas manifestações, inspirações e a revelação da palavra de vida, as maneiras adequadas ao exercício de sua crença e da fé no Deus Todo-poderoso, El Shadday

Cremos em Deus a partir da veracidade de sua palavra; pois, S. Paulo nos diz que a palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes e atinge até a divisão do espírito e da alma, das junturas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. (Hb 4,12)

Assim, para que possamos crê, verdadeiramente, em Deus, além de confessá-lo diariamente através do Credo – palavra latina que significa creio – existem três Credos que estão em uso na Igreja:

a) O dos apóstolos, que é o que se aprende no catecismo e se reza no começo do rosário.

b) O de Nicéia, que se recita ou se canta na missa, logo após o Evangelho ou pregação, todos os domingos, nas festas do Senhor, de Maria, dos Apóstolos, dos Evangelistas, dos Doutores, e missas votivas solenes.

c) E o de Sto. Antanásio, também chamado Quicumque que se recita no Ofício Divino, em Prima do Domingo da SS. Trindade.

Quem crê em Deus de todo o coração, crê também com o espírito e com a alma, isto é, com todas as forças e disposições do ser interior, íntimo e mais profundamente; com a realidade do Deus vivo com quem falamos, por quem somos instruídos, ensinados e dirigidos com seus próprios olhos, sob a direção amorosa do Espírito Santo.

“Propôs-lhe Jesus uma parábola para mostrar que é necessário orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo” (Lc 18,1).

“Vivei sempre contentes. Orai sem cessar. Em todas as circunstâncias, daí graças, porque esta é a vosso respeito a vontade de Deus em Jesus Cristo. Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias. Examinai tudo: abraçai o que é bom. Guardai-vos de toda a espécie de mal” (I Ts 5,16-22).

“Toda a Escritura divinamente inspirada é útil para ensinar, para repreender, para corrigir, para formar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito, apto para toda a obra boa” (II Tm 3,16-17)

“Portanto, não temais as suas ameaças e não vos turbeis. Antes santificai em vossos corações Cristo, o Senhor. Estai sempre prontos a responder para vossa defesa a todo aquele que vos pedir a razão de vossa esperança, mas fazei-o com suavidade e respeito. Tende uma consciência reta a fim de que, mesmo naquilo em que dizem mal de vós, sejam confundidos os que vos desacreditam o vosso santo procedimento em Cristo” (I Pd 3,15-16)

Não é verdade que, em virtude do pecado, ainda hoje, a maioria dos homens e mulheres se escondem de Deus? (Gn 3,9). Eles se escondem detrás da vergonha do pecado (II Tm 2,17), da ignorância religiosa, das preocupações com as coisas do mundo e das riquezas. Daí, muitos buscam fabricar um deus do jeito que convém à sua fé e aos seus interesses. Mas o Senhor Deus de Israel tem em seu Filho amado, Jesus Cristo, seu grande apelo para os homens.

Por isso, ainda que nos esqueçamos de Deus (Is 49,15), o Senhor jamais se esquecerá de nós e, por isso, não cessará de nos procurar (Ez 34,12) e de nos oferecer gratuitamente toda a felicidade do seu coração.

O Catecismo católico nos ensina que o nosso desejo é de busca de Deus, e tem que ser com todo esforço de inteligência e retidão de nossa vontade, de nos encontrar, interiormente, com o autor da vida.

Finalmente, a conclusão deste estudo nos vem de Sto. Agostinho: “Vós sois grande, Senhor, e altamente digno de louvor; grande é o vosso poder, e a vossa sabedoria não tem medida. E o homem, pequena parcela da vossa criação, pretende louvar-vos – precisamente o homem que, revestido da sua condição mortal, traz em si o testemunho de pecado e de que resistis aos soberbos. A despeito de tudo, o homem, pequena parcela da vossa criação, quer louvar-vos. Vós mesmo o incitais a isto, fazendo com que ele encontre suas delícias no vosso louvor, porque nos fizestes para vós e o nosso coração não descansa enquanto não repousar em vós”.

João C. Porto

APROFUNDAMENTO >> A Virgem Imaculada Mãe de Deus

A Virgem Imaculada Mãe de Deus

Maria é a Mãe universal, porque aprouve a Deus, nos seus santos desígnios, fazer com que ela desse a vida natural das criaturas ao Criador, e a vida sobrenatural do Criador às criaturas.

Por isso, São Maximiliano Kolbe ( + 1941 ) nos afirma: “Mãe do próprio Criador, por isso também das criaturas.”

O Senhor Jesus é Criador com o Pai e o Espírito Santo

Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito ( Jo 1,3 )
Tudo foi criado por ele e para ele ( Col 1,16b )

Jesus Cristo, Filho de Deus vivo, é o autor da vida

“Mataste o autor da vida, a quem Deus ressuscitou dos mortos, do que nós somos testemunhas ( At 3,15 – Vulgata ).”

Se prestarmos bem atenção, observaremos, pela intuição sobrenatural do Espírito Santo, que a Virgem Santíssima e, por isso, a imaculada, encontra-se em toda a Bíblia Sagrada, do princípio ao fim; isto é, desde o Gênesis ao Apocalipse, em virtude da universalidade do amor do Pai e do Filho, no Espírito Santo que a fecundou com a fecundidade do Pai Eterno, Deus de Israel.
Ela está no princípio da Bíblia Sagrada como a Imaculada Conceição: “Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar ( Gn 3,15 ).” “O Senhor então disse: Meu espírito não permanecerá para sempre no homem, porque todo ele é carne, e a duração de sua vida será só de cento e vinte anos ( Gn 6,3 ).”

Ora, quem tem ouvidos para ouvir, ouça e medite o que, verdadeiramente, está afirmando a palavra de Deus: “Intus Legere” = lendo por dentro das verdades reveladas.

Ela ( Maria ), se encontra também no meio da Bíblia Sagrada, como a Sempre Virgem Maria: “Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho e o chamará ‘Deus Conosco’ ( Is 7,14; Mt 1,23 ).”

Quem tem ouvidos para ouvir, ouço o que diz o sentido sublime da Palavra de Deus.

Maria, finalmente, se encontra no último livro da Bíblia Sagrada, como a gloriosa assunção: “Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma mulher vestida de sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas ( Ap 12,1 ).”

As doze estrelas são vistas como as doze tribos de Israel, os doze privilégios de Maria Santíssima, ou, referindo-se aos doze apóstolos de Cristo. Refere-se ainda no verso acima “a gloriosa assunção de Maria aos céus.”, conduzida pelos anjos do Senhor. Procuraremos escutar o que o Espírito, o Espírito que nos ensina a verdade integral, fala sobre o assunto.” ( Jo 16,30 )

Ora, Maria de Nazaré é vista como a grande novidade de Deus: “a mulher que cerca um homem!”

“Eis que o Senhor criou um coisa nova sobre a terra: uma mulher cercará um homem. ( Jr 31,22 - Vulgata )”
Mas, quem é essa mulher? E quem é esse homem? Ou que ligação tem essa mulher e esse homem em relação a humanidade? Procure meditar e escutar o que o Espírito Santo venha interagir no seu coração! Não ouça somente aos homens, porque todos têm suas próprias limitações. Escute a quem nos ensina todas as coisas e nos recorda as palavras o Senhor Jesus Cristo: “Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito (Jo 14,26 ).”

Ora, somente o Espírito de Deus conhece tudo o que é de Deus, pois ele mesmo sonda as profundezas do próprio Deus: “Assim também as coisas de Deus ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus. ( I Cor 2,11b )”
“Todavia, Deus no-las revelou pelo seu Espírito, porque o Espírito penetra tudo, mesmo as profundezas de Deus ( I Cor 2,10 ).”

Por isso, somente o Espírito Santo nos dá o conhecimento das coisas que por Deus nos foram dadas: “Ora, nós não recebemos o espírito deste mundo, mas o Espírito que vem de Deus, para conhecermos as coisas que por Deus nos foram dadas ( I Cor 2,12 ).”

Assim, Maria de Nazaré é a sempre Virgem, concebida sem pecado. O anjo Gabriel lhe disse: “Ave, cheia de graça; o Senhor é contigo ( Lc 1,28 ).”

Ora, o que é cheio de graça é pleno, já não cabe mais graça. É semelhante a um copo cheio de água, se lhe colocar mais água vai transbordar. Por isso, um certo mariólogo, comentando Lc 1,30, admirado exclamou: Se Maria estava cheia de graças, que graças são estas que ela achou diante de Deus? Certamente são as graças que Eva perdeu lá no paraíso, disse ele. Ela ( Maria ) as achou para no-las devolver, porque pertencem aos filhos e filhas do Altíssimo, Senhor Javé. Consta que esse mesmo doutor dissera também: Deus reuniu todas as águas que se encontravam sobre a terra, num só lugar e as chamou de mar. Assim também reuniu todas as graças do céu e as chamou de Maria.
Vários versículos do Cântico dos Cânticos são atribuídos a Maria de Nazaré. Vejamos estes dois: “Toda és formosa, amiga minha, e em ti não há mácula ( Ct 4,7 ).” “Quem é esta que avança como a aurora quando se levanta, formosa como a lua, brilhante como o sol, terrível como um exército formado em ordem de batalha? ( Ct 6,9 – Vulgata )”
Certamente é a Virgem Imaculada de Nazaré, a Mãe do Senhor Jesus Cristo ( Lc 1,31 ), a Mãe de Deus ( Lc 1,43 ), a Mãe da Igreja do Senhor e, conseqüentemente, a nova Eva, a Mãe, a Mãe universal do povo de Deus, isto é, da geração dos ressuscitados, cuja primícia é o Senhor, nosso único Salvador, Jesus Cristo, nossa glória e ressurreição.

Que disse Sto. Agostinho ao meditar Ez 44,2 ? “Que significa esta porta fechada, senão que MARIA FOI VIRGEM ANTES, DURANTE E DEPOIS DO PARTO?

Além disso, Maria, como já dissemos acima, é a Mãe do Senhor Jesus Cristo

“Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus.” ( Lc 1,31 )

Maria, também, é a Mãe do Filho de Deus:

“O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que há de nascer de ti será chamado Filho de Deus.” ( Lc 1,35 )
Então, Maria de Nazaré é a Mãe do próprio Deus! Porque, Isabel, ao receber, em sua casa, a visita de Maria, cheia do Espírito Santo, saudou-a com grande alegria: “Donde me vem esta honra de vir a mim a Mãe do meu Senhor?” ( Lc 1,43 )

Ora, o Salmista nos diz: “Sabei que o Senhor é Deus...” ( Sl 99,3 )

Como se pode concluir, Maria de Nazaré, a Imaculada e sempre Virgem, é a Mãe do Verdadeiro Deus e a vida eterna:

I Jo 5,20:- Mas sabemos que veio o Filho de Deus e que nos deu entendimento para que conheçamos o Verdadeiro Deus e estejamos no seu Verdadeiro Filho. Este é o Verdadeiro Deus e a vida eterna.
Entretanto, quando se diz que Maria de Nazaré é a Mãe de Deus, devemos entender que Ela não gerou a “Fortaleza de Deus”, mas o “Deus Forte.” ( Is 9,6 )

Que nos diz Sto. Anselmo ( + 1109 ) sobre a singularidade de Maria?: “Mulher admiravelmente singular e singularmente admirável.”

Assim, a primeira Eva é a mãe de toda a criação. Como Adão, ela era também santa e imaculada, sem qualquer mancha de pecado.

Gn 1,31:- Deus viu que tudo quanto criara era muito bom.

Porventura Deus criaria algo que não fosse santo, perfeito e acabado?

Mas, em virtude do corpo material, o Senhor, nosso Deus, os preservava do pecado através dos dons preternaturais:

Dom da imortalidade
Dom da impassibilidade
Dom da integridade etc.

Assim, como se pode, teologicamente, concluir, todos os seres inteligentes criados por Deus ( Anjos, homens etc.), teriam que ser provados, em virtude do livre arbítrio, para que dessem a prova concreta de sua fidelidade ao Criador.
Por isso é que parte dos anjos caíram, e a serpente ( Satanás ) tentou nossos primeiros pais e eles, também caíram, isto é, tornaram-se infiéis aos desígnios do Senhor Javé.

Só que Deus os criara para a imortalidade, por isso os fez à sua imagem e semelhança: “Porque Deus criou o homem imortal, e o fez à sua imagem e semelhança. Mas, por inveja do demônio, entrou no mundo a morte; e experimentam-na os que são do partido dele.” ( Sb 2,23-25 – Vulgata )

Ora, Deus nos criou para a imortalidade e a vida eterna.

Is 43,7 ( Vulgata ):- Todos aqueles que invocam o meu nome, eu os criei, os formei e os fiz para minha glória.

A Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica, na sua sabedoria, pois é assistida pelo Espírito de Deus, o qual recebeu do Pai e do Filho, tem todo o poder e toda a autoridade de ligar e desligar sobre a terra – sempre ungida e ordenada pelo Espírito Santo do Deus vivo e único ( Mt 16,19; 18,18; 28,19-20; Jo 20,23 ) – ensina-nos que há duas formas de Redenção:

A Redenção preservativa e
A Redenção liberativa.

Assim, Maria, a Virgem Santíssima e Imaculada Mãe do Senhor, passou, no ventre de sua mãe, Ana ( esposa de Joaquim ), pela redenção preservativa ( no sangue do Cordeiro que tira o pecado do mundo ). Este, na verdade, é um mistério muito profundo da visão mística e beatífica concedida, pelo Espírito de Deus aos ordenados pela graça santificante, sob o comando espiritual da Igreja do nosso Senhor Jesus Cristo, nossa Salvação. Esta é, também uma intuição espiritual do meu pequeno e pobre coração. Que Deus seja bendito e glorificado em tudo o que procede do seu amor infinito e misericordioso; e que, por isso, o inimigo do povo de Deus seja sempre vencido! O que poderá ser impossível a Deus? ( Lc 1,37; 18,27; Mc 10,27; 9,23; Mt 19,26 ).
Ora, por que não considerar Maria de Nazaré a segunda Eva, a Santíssima Mãe, sem nenhuma mancha do pecado, ab aeterno predestinada por Deus para ser a Mãe do Senhor, a Mãe da Igreja, de todo povo eleito, de sua predileção?
É compreensível, sob o influxo da inteligência sobrenatural – Dom do entendimento – a capacidade que Deus nos dá ( II Cor 3,5 ), para absolver esses ensinamentos que o Espírito de Deus nos concede.
Não é verdade o que o apóstolo João nos diz no seu santo Evangelho?: “Muitas outras coisas há que fez Jesus, as quais, se se escrevesse uma por uma, creio que nem no mundo todo poderiam caber os livros que seriam preciso escrever.” ( Jo 21,25 )
Ora, se o Espírito Santo nos ensina todas as coisas e nos recordará tudo quanto o senhor Jesus nos falou outrora ( Jo 14,26; I Cor 2,12-13 ), imaginemos o quanto o Espírito Santo fala a seus filhos e filhas, hoje, recordando e ensinando tudo o que é de mais proveitoso e frutuoso aos eleitos do Senhor!!
Na verdade, todos quanto vivem, na oração, a intimidade de amizade com o Senhor Jesus, já vivem, de certo modo, o céu sobre a terra, e já vislumbram no infinito, na esperança, a gloriosa herança reservada aos santos do seu amor.
A primeira Eva, vestida de santidade e pureza (sem mancha alguma de pecado ), em tudo era semelhante a segunda Eva ( Maria de Nazaré ). Mas, Eva, não tendo resistido a tentação de Satanás ( a serpente ), pecou e levou seu esposo ( Adão ), também, ao pecado.

Eclo 25,33:- Foi pela mulher que começou o pecado, e é por causa dela que todos morremos.

Não é verdade? Se o pecado e a morte vieram através da primeira Eva, o Senhor Javé nos devolveu a Salvação e a vida eterna por Maria de Nazaré, a Santíssima Mãe universal e, por isso, Rainha dos céus.
Ora, o Senhor nosso Deus, Deus de Israel, em seus imutáveis desígnios, criou-nos para a imortalidade, à sua imagem e semelhança.

Sb 2,23-25 ( Vulgata ):- Porque Deus criou o homem imortal, e o fez à sua imagem e semelhança. Mas, por inveja do demônio, entrou no mundo a morte; e experimentam-na os que são do partido dele.
Agora vejamos isto: Maria de Nazaré, que é a sempre Virgem ( Is 7,14; Ez 44,2 ), a Imaculada ( Gn 3,15; 6,3; Ct 4,7; Lc 1,28 ), a mulher que cercou um homem ( Jr 31,22 ) gerou, do Espírito Santo, o novo Adão, Jesus Cristo, como a primícia da nova geração, a geração dos ressuscitados, da qual todos os filhos e filhas de Deus pertencem, porque todos aparecerão com ele na Glória. ( Col 3,4 )
Ora, sabemos que, também, nós, todos da Nova Aliança, somos gerados do alto ( Jo 1,12-13; 3,3.5.27; Tg 1,17 ), isto é, do Espírito Santo, porque todos somos templos de Deus ( I Cor 3,16 ) e templos do Espírito Santo ( I Cor 6,19-20 ).
Essa geração nova, dos ressuscitados, começou pelo Senhor Jesus Cristo que, pelo poder do Espírito Santo de Deus, nasceu da Virgem Maria, a Santa Imaculada Mãe do Senhor Jesus. Logo, todos nós salvos em Cristo Jesus ( Ef 2,8 ), gerados e nascidos do Espírito Santo, somos filhos e filhas nascidos da Segunda Eva; não mais da primeira ( Esposa de Adão – Gn 1,28 ), mas, repito, da segunda, Maria de Nazaré, espiritualmente, esposa do Espírito Santo. Por isso, Mãe de Jesus, ( Lc 1,31 ) e Mãe de Deus ( Lc 1,43; I Jo 5,20b ), pois o Senhor Jesus é Deus com o Pai e o Espírito Santo, a Trindade Santíssima que é um só e único Deus ( Jo 10,30 ) de Abraão, de Isaac e Jacó, dos santos Patriarcas, dos santos profetas, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo ( nosso único Salvador – I Tm 2,5; At 4,12 ), e bem assim, Deus e Pai de todos os que crêem Nele, adoram-no, esperam Nele e O amam de todo o espírito, de toda a alma, de todo o coração e de todo o seu próprio ser, isto é, com todas as forças de suas potencialidades interiores, mas sempre guiados ( Rm 8,14.16 ), ensinados ( Jo 14,26; 16,13; I Cor 2,12-13; 12,12 ) e conduzidos pelos próprios olhos de Deus ( Sl 31,8 ) através do seu Santo Espírito.
É certamente muito bom que compreendamos essas coisas novas do Senhor nosso Deus de Israel ( Jr 31,22; 33,1-3 ), porque Ele é o único Deus e não há outro ( Is 43,10-11 ). Assim, o Senhor Jesus Cristo é nosso único mediador ( I Tm 2,5; At 4,12 ) e, com certeza, medianeiro de tudo. Outra novidade que devemos admitir e crer é a de que Maria de Nazaré é a medianeira de todas as graças, porque graça nenhuma que tenha vindo dos céus – do Pai das luzes – para os homens e mulheres do tempo da plenitude deixou de passar por Ela, inclusive aquela a qual aprouve a Deus Pai derramar sobre seu Filho toda a plenitude ( Col 1,19 ), pois através de Maria – medianeira das graças e não de justiça – nos veio a maior de todas as graças: Jesus Cristo, nossa Salvação.
Ora, se aprouve a Deus dar-nos através da Virgem Maria o Diamante mais precioso do tesouro do seu coração, Seu próprio Filho, Jesus Cristo, nossa Graça e Salvação, quanto Deus não nos dará, por Jesus Cristo, através da sua Imaculada Mãe, todas as demais graças do seu misericordioso coração?! ( Rm 8,32 ). Assim, se Maria nossa Mãe, por Deus, pode dar-nos o maior tesouro da Divindade Eterna – Jesus Cristo – dará também por Ele muito Mais! Ora, quem dá mais pode, certamente, dar menos! E Deus nunca nos dará menos, porque Ele é bom e sua misericórdia dura para sempre. ( Sl 117,1.29 )
Por isso Maria de Nazaré, por vontade do Pai Eterno, sabedoria do seu Filho muito amado ( Mt 3,17 ) e ação amorosa do Espírito Santo, deu-nos a luz do Sol Oriente, a vida eterna que está em nosso Senhor Jesus Cristo. ( I Jo 5,11-12 ).

João C. Porto

domingo, 25 de abril de 2010

BOA NOVA DO SENHOR JESUS >> Luz da Luz


O Senhor Jesus veio ao mundo como uma luz: “assim todo aquele que crer em mim não ficará nas trevas” (Jo 12,46). Por estas palavras do Senhor, entendemos que há no mundo uma luz e umas trevas que nossos olhos não vêem. Sabemos que essa luz só pode ser Jesus e, na verdade, é ele mesmo. Por outro lado, a treva, que é mais espessa do que a própria treva, é o “encardido” e seu reino de escuridão eterna.
Todos os que nascem neste mundo, logo se habituam com a luz solar e a escuridão da noite. Todavia, são poucos, é possível se perceber, os que conseguem descobrir, com os olhos do coração, que existe uma luz inacessível a qual nenhum homem viu e nem pode ver (I Tm 6,16); mas que, pela graça e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo (Ef 2,8), já temos acesso a essa luz, onde habita Aquele que possui a imortalidade, a honra e o poder eterno.
“Houve um homem, enviado por Deus, que se chamava João. Este veio como testemunha, para dar testemunha da luz, a fim de que todos cressem por meio dele. Não era ele a luz, mas veio para dar testemunho da luz”. Por isso é que Jesus disse que João Batista era uma lâmpada ardente e luminosa. Exatamente porque João conhecia a luz, estava na luz e, por isso, dava testemunho da luz, porque a via com os olhos do coração o esplendor de sua glória; e com os olhos corporais a Jesus, o protótipo da perfeição divina, feito homem.
Eis porque é necessário que sejamos templos de Deus onde o Espírito Santo habita. (I Cor 3,16); que nosso próprio corpo seja templo do Espírito Santo, a fim de que glorifiquemos a Deus em nossos corações. (I Cor 6,19-20) É-nos necessário, outrossim, que estejamos selados com o selo do Espírito Santo que tinha sido prometido (Ef 1,13; 4,30); que nossa alma esteja totalmente sob a direção amorosa do Espírito Santo, a fim de que possamos conhecer todas as coisas que por Deus nos foram dadas. (I Cor 2,12); pois, afinal, somos batizados, portanto, revestidos de Cristo (Gl 3,27). Assim, já não andamos nas trevas, mas temos a luz da vida (Jo 8,12), pois, Jesus, como luz do mundo, fará brilhar a nossa justiça e como o sol do meio-dia, o nosso direito.
João C. Porto

quinta-feira, 22 de abril de 2010

BOA NOVA DO SENHOR JESUS >> A Urna Dourada

Deus está em todo o lugar e seus olhos contemplam todas as coisas (Gn 1,31), inclusive os bons e os maus.
Por muito tempo Deus esteve na arca da aliança. Seu Espírito, que não pôde permanecer no homem (Gn 6,3), transportou-se para a arca de Deus.
Era de sobre a tampa da arca, do propiciatório, que ficava entre os dois querubins, que Deus falava com Moisés.
Ora, a arca da aliança era feita de madeira de acácia, mas estava revestida de ouro, por dentro e por fora. Dentro da arca estavam: uma urna de ouro, contendo o maná; a vara de Aarão, que floresceu e as tábuas da aliança, isto é, a lei. (Hb 9,4)
Como se pode observar, o maná que o Senhor enviou do céu, que nem o povo e nem seus pais conheciam (Dt 8,3), encontrava-se na arca, dentro de uma pequena urna de ouro, guardada no interior da arca. Assim, também, assemelhamo-nos como uma arca de Deus, arca da nova aliança; e, nela, nosso coração, no seu interior, tal qual como urna de ouro de Ofir, contendo o verdadeiro pão descido do céu, a carne do Senhor Jesus, para a salvação do mundo. (Jo 6,51)
Por isso, o Senhor Jesus nos dá esse penhor de garantia: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6,54).
Irmãos e irmãs, pensemos nisso: nós somos a imagem viva e perfeita do Deus único, perfeitíssimo, vivo e eterno. Ele mesmo nos declara que se encontra escondido em nossa casa (Is 45,15); e, nossa casa não é outra senão nosso próprio coração, a urna dourada, que está no núcleo central de nossa vida; no mais íntimo e profundo do nosso ser, onde se esconde o pão eucarístico, o alimento que dura até a vida eterna.
Ora, pela experiência nossa e de quantos irmão e irmãs que conhecemos, é de sobre a urna dourada, onde o pão da vida se esconde, nossos corações, que o Senhor Deus Todo-poderoso fala conosco, a exemplo de quando com Moisés falava de sobre a tampa da arca da aliança.”Você!... Sim!.. É você mesmo(a) que me lê nas páginas do Evangelho da salvação... Aguce seus ouvidos interiores e abra seus olhos do coração, porque eu preciso e quero falar com você, de sobre a arca dourada, que é seu coração. Não cesso de te esperar!... Veja o que o meu servo Jó disse para mim”: “Meus ouvidos tinham escutado falar de ti, mas agora meus olhos te viram” (Jó 42,5).

João C. Porto

terça-feira, 20 de abril de 2010

PASCOM - IGREJA DE S. GERARDO

É o Senhor!...

O Senhor Jesus disse a seus discípulos: “Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,5).
Jesus fundou a sua Igreja através do apóstolo Pedro, a partir da revelação do Pai Eterno (Mt 16,16), pelo que lhe disse: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. E disse mais: “Eu te darei as chaves do Reino dos céus: Tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus” (Mt 15,18-19)
Ora, noutro momento, quando o Senhor Jesus ministrou o magistério da Igreja a seus apóstolos, disse-lhes para todo o colegiado: “Em verdade vos digo: tudo o que ligardes sobre a terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes sobre a terra será também desligado no céu” (Mt 18,18). Por último, o Senhor Jesus deu ao apóstolo Pedro a missão de Pastor da sua Igreja (Jo 21,15-17)
Finalmente, antes de subir ao céu, Jesus lhes disse: “Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias até o fim do mundo” (Mt 28,18-20).
Mas, foi exatamente na sua terceira aparição aos apóstolos, naquele alvorecer do domingo que, passeando à beira do lago, Jesus lhes disse: “Amigos, não tendes acaso alguma coisa para comer? Ao que eles responderam: “Não”!. Mas, agora, Jesus, estando com eles, disse-lhes: “Lançai a rede ao lado direito da barca e achareis”. Lançaram-na, e já não podiam arrasta-la por causa da grande quantidade de peixes. Com este sinal, João disse a Pedro: “É o Senhor!”
Quando Jesus, depois de ressuscitado, apareceu, pela primeira vez, aos apóstolos, Tomé, que andava fora da unidade com Cristo, ocupado com outros problemas, não viu o Senhor? Porque não formava, juntamente, com os demais, um só espírito com o Senhor Jesus (I Cor 6,17).
Irmãos e irmãs, não podemos ser Igreja Uma, Santa, Católica e Apostólica, conforme conclusão do Concílio de Calcedônia ( 451 ), se não vivermos unidos, numa só fé, num só batismo e num só Senhor – JESUS – como membros vivos da Igreja, sob a condução amorosa do Espírito Santo, todos como filhos e filhas da Mãe universal, a Imaculada e sempre Virgem Maria, Mãe de Deus e Mãe nossa.
Ora, esta é a exortação do Senhor Jesus para todos nós, que formamos sua Igreja: “Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis tudo o que quiserdes e vos será feito” (Jo 15,7). Para nós, que somos a Igreja do Senhor, meditemos bem estas duas expressões: “É o Senhor!” que diz: “Ensinai-as a observar todas as coisas que vos prescrevi”. (Dt 4,2)

João C. Porto

sábado, 17 de abril de 2010

Pe. PEDRO MARIA >> A Arca da Aliança

1. A Arca da Antiga Aliança

a) Sua feitura:

Ex. 25,10:- Farão uma Arca de madeira de acácia; seu comprimento será de dois côvados e meio, sua largura, sua largura de um côvado e meio, e sua altura de um côvado e meio.

b) Sua veneração:

Jz 20,27:- E consultaram-no. – Naquele tempo a Arca da Aliança de Deus estava lá, com Finéias, filho de Eleazar, filho de Aarão, que se conservava junto dela.

c) Seu poder:

Nm 10,35:- Quando a arca se levantava, Moisés dizia: “Levantai-vos, Senhor, e sejam dispersos os vossos inimigos! Fujam de vossa face os que vos aborrecem”!

d) Seu oráculo:

Nm 7,89:- Quando Moisés entrava na tenda de reunião para falar com o Senhor, ouvia a voz que lhe falava de cima do propiciatório colocado sobre a arca do testemunho, entre os dois querubins. E falava com o Senhor.

Ex. 25,22:- Ali virei ter contigo, e é de cima da tampa do meio dos querubins que estão sobre a Arca da Aliança, que te darei todas as minhas ordens para os israelitas.

e) Nas procissões: (caminhadas bíblica)

Jr 3,3:- dando ao povo esta ordem: “Quando virdes a Arca da Aliança do Senhor, vosso Deus, levada pelos sacerdotes, filhos de Levi, deixareis vosso acampamento e vos poreis em marcha, seguindo-a.

Js 6,4:- Sete sacerdotes tocando sete trombetas, irão adiante da Arca. No sétimo dia dareis sete vezes volta à cidade, tocando os sacerdotes a trombeta.

Js 6,9:- Marcharam os guerreiros diante dos sacerdotes que trocavam a trombeta, e à retaguarda seguia a arca; e durante toda a marcha ouvia-se o retinir das trombetas.

Js 6,11:- A arca do Senhor deu uma volta à cidade, e retornaram ao acampamento para ali passar a noite.

f) Troféu de vitória:

I Sm 5,3:- No dia seguinte, levantando-se pela manhã os habitantes de Azot, viram dagon estendido com o rosto por terra diante da arca do Senhor. Levantaram o ídolo e repuseram no seu lugar.

g) Seu desaparecimento:

II Mac 2,4-6:- O escrito mencionava também como o profeta, pela fé da revelação, havia desejado fazer-se acompanhar pela arca e pelo tabernáculo, quando subisse a montanha que subiu Moisés para contemplar a herança de Deus. No momento em que chegou, descobriu uma vasta caverna, na qual mandou depositar a arca, o tabernáculo e o altar dos perfumes; em seguida tampou a entrada. Alguns daqueles que o haviam acompanhado voltaram para marcar o caminho com sinais, mas não puderam achá-lo.

h) Seu reaparecimento:

II Mac 2,7:- Quando Jeremias soube, repreendeu-os e disse-lhes que esse lugar ficaria desconhecido, até que Deus reunisse seu povo e usasse com ele de misericórdia.

Obs.: SEU POV0: essa profecia diz respeito, provavelmente à reunião do povo judeu no fim do mundo, a grande esperança despertada após o exílio. Mt 24,31:- Ele enviará seus anjos com estridentes trombetas, e juntarão seus escolhidos dos quatro ventos, duma extremidade do céu à outra.

i) Não terá mais necessidade: Os tempos messiânicos se aproximam.

Jr 3,16:- Quando vos multiplicardes e numerosos vos tornardes na terra, naqueles dias – oráculo do Senhor – não mais se falará da Arca da Aliança do Senhor; nem mais se pensará nela, perdendo-se a lembrança e a santidade; nem a ela se há de referir.

Obs.: Não se falará mais: trata-se de um tempo em que israelitas terão compreendido o culto interior, e em que, desaparecida a Arca, não julgarão necessária substituí-la.

Jr 31,33-34:- Eis a aliança que, então, farei com a casa de Israel – oráculo do Senhor: Incutir-lhe-ei a minha lei; gravá-la-ei em seu coração. Serei o seu Deus e Israel será o meu povo. Então ninguém terá encargo de instruir seu próximo ou irmão, dizendo: “Aprende a conhecer o Senhor”, porque todos me conhecerão, grandes e pequenos – oráculo do Senhor – pois a todos perdoarei as faltas, sem guardar nenhuma lembrança de seus pecados.

2. A Arca da Nova Aliança:

a) Em virtude da Encarnação, é Maria Santíssima:

Jo 1,14 ( no original grego): “O Logos se fez carne e armou seu Tabernáculo no meio de nós”.

b) A Arca trazia o maná, a vara de Aarão e as tábuas do testemunho.

Hb 9,4:- Aí estava o altar de ouro para os perfumes, e a Arca da Aliança coberta de ouro por todos os lados; dentro dela, a urna de ouro contendo o maná, a vara de Aarão que floresceu e as tábuas da aliança.

· Ora, Maria, qual Nova Arca, trouxe em seu seio Jesus, Pão Vivo descido do Céu.

Jo 6,51:- Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo.

· Maria, a Arca do Novo Testamento, trouxe Jesus, Flor do campo.

Ct 2,1:- sou o narciso de Saron, o lírio dos vales.

· Maria, Arca da Nova Aliança, “trouxe em seu seio, não só a lei, mas o próprio autor da lei:” Deus Humanado ( Sto. Ambrósio + 397)

Dt 10,4:- O Senhor gravou nas novas pedras o que tinha escrito nas primeiras, as dez palavras que vos tinha dirigido no monte, do meio do fogo, no dia da assembléia. Devolveu-mas em seguida,

Dt 5,1:- Moisés convocou todo o Israel e disse-lhe: “Ouve, ó Israel, as leis e os preceitos que hoje proclamo aos teus ouvidos: aprende-os e pratica-os cuidadosamente.

c) Em virtude da presença especial do Espírito Santo, Maria torna-se a Arca dourada do Espírito: “Alegra-te, casa de Deus e do Verbo... Alegra-te, Arca dourada do Espíritos”. ( São Romano Melódio – Séc. VI)

Ex 25,11:- Tu a recobrirás de ouro puro por dentro, e farás por fora, em volta dela, uma bordadura de ouro.

d) Provas bíblicas: nos paralelismos: Arca = Maria.

Ex 40,35 (Ave Maria):- E era impossível a Moisés entrar na tenda de reunião, porque a nuvem pairava sobre ela, e a glória do Senhor enchia o tabernáculo. ( Ex 40 Ex 40,33 (Vulgata):- Moisés não podia entrar no tabernáculo da aliança, visto que a nuvem cobria tudo, e a majestade do Senhor resplandecia, tendo a nuvem coberto todas as coisas. Lc 1,35:- Respondeu-lhe o anjo: “O Espírito descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com sua sombra. Por isso o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus.

II Sm 6,9:- Naquele dia, Davi teve medo do Senhor, e disse: “Como entrará a arca do Senhor em minha casa?” Lc 1,43:- Donde me vem esta honra de vir a mim a Mãe do meu Senhor? (O Sl 99,3 nos diz: “Sabei que o Senhor é Deus”)

II Sm 6,11:- Ficou a arca do Senhor três meses na casa de Obed-Edom de Get, e o Senhor abençoou-o com toda a sua família. Lc 1,56:- Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois voltou para sua casa.

Lucas se utiliza de textos do AT para provar que Nossa Senhora é a verdadeira arca da aliança.

Lucas identifica Maria com Sião

Sf 3,14:- Solta gritos de alegria, filha de Sião! Solta gritos de júbilo, ó Israel! Alegra-te e rejubila de todo o teu coração, filha de Jerusalém! = Lc 1,28:- Entrando o anjo, disse-lhe: “Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo”.

Sf 3,16:- Naquele dia dir-se-á em Jerusalém: “Não temas, Sião! Não se enfraqueçam os teus braços! = Lc 1,30:- O anjo disse-lhe: “Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus...” = Jl 2,21:- Não temas, terra, estremece de alegria e de júbilo, porque o Senhor fez grandes coisas.

Sião é a personificação do povo eleito. Sião aguardava vinda do Messias. Maria já o recebe em seu seio. Conferir ainda:

Zc 9,9:- Exulta de alegria filha de Sião, solta gritos de júbilo, filha de Jerusalém: eis que vem a ti o teu rei, justo e vitorioso; ele é simples e vem montado num jumento, no potro de uma jumenta.

Obs.: Texto citado em Mt 21,5 e Jo 12,15.

Zc 2,14:- Solta gritos de alegria, regozija-te, filha de Sião. Eis que venho residir no meio de ti – oráculo do Senhor.

Is 12,6:- Exultai-vos de gozo e alegria, habitantes de Sião, porque é grande no meio de vós o Santo de Israel.

Jl 2,21:- Não temas, terra, estremece de alegria e de júblilo, porque o Senhor fez grandes coisas.

Jl 2,23:- Alegrai-vos, filhos de Sião, e rejubilai no Senhor, vosso Deus, peque ele vos dá as chuvas do outono no tempo oportuno, e faz cair chuvas copiosas sobre vós, as chuvas do outono e da primavera, como dantes.

Midraxe = atualização de textos do AT

e) Em João, a Arca é identificada com uma Mulher:


Ap 11,19:- Abriu-se o templo de Deus no céu e apareceu, no seu templo, a arca do seu testamento. Houve relâmpagos, vozes, trovões, terremotos e forte saraiva. Ap 12,1:- Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas.

Obs.: Uma Mulher: esta mãe mística é a cidade de Deus, a Jerusalém celeste. A sinagoga, em sua madureza espiritual, dá à luz a Cristo e em seguida a Igreja dá à luz os cristãos. Os seus traços adaptam-se também a nossa Senhora, à Virgem Maria: nas dores de sua “compaixão” ela dá à luz os irmãos de Cristo que formam, unidos com ele, o Cristo total.

f) Em Hb 9,11, o tabernáculo pode ser tanto a carne de Jesus, quanto Nossa Senhora.

Hb 9,11:- Porém, já veio Cristo, Sumo-Sacerdote dos bens vindouros. E através de um tabernáculo mais excelente e mais perfeito, não construído por mãos humanas (isto é, não deste mundo), ...

segunda-feira, 12 de abril de 2010

BOA NOVA DO SENHOR JESUS >> A Revelação de Deus

O profeta João Batista, assim falou a respeito do Senhor Jesus Cristo: “Todos nós recebemos da sua plenitude graça sobre graça. Pois a lei foi dada por Moisés, a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo. Ninguém jamais viu a Deus. O Filho único, que está no seio do Pai, foi quem o revelou” (Jo 1,16-18). “Todas as coisas me foram dadas por meu Pai; ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revela-lo” (Mt 11,27).
Observa-se, por isso, que Moisés foi o libertador do povo hebreu, de uma escravidão no Egito, portanto, uma escravidão histórica de cerca de quatrocentos anos, com vista a uma libertação futura e espiritual.
Então a páscoa dos hebreus, desde a saída do Egito, à passagem do mar vermelho e o peregrinar de quarenta anos no deserto, dá-nos uma visão de espiritualidade bastante frutuosa para nossos dias. E até que, por ordem de Deus, atravessando o Jordão, Josué os introduzisse na terra que jorrava leite e mel, a pátria que outrora fora prometida por Deus a Abraão, o que nos coloca, intrinsecamente, no imo do coração, no nosso hoje histórico, sob os sentidos alegórico, moral, anagógico e/ou analógico, no verdadeiro caminho pascal com o Senhor Jesus, na unidade de um só espírito com Ele (I Cor 6,17), na liberdade do Espírito Santo, que habita em nós (II Cor 3,17) e, sobretudo, pela garantia de que estamos selados com o seu selo, que nos fora prometido (Ef 1,13); pois o Senhor Jesus é, verdadeiramente, a nossa paz (Ef 2,14), vida e ressurreição, o caminho – passagem – que nos leva ao Pai. (Jo 14,6b).

João C. Porto

sábado, 3 de abril de 2010

BOA NOVA DO SENHOR JESUS >> Quaresma

Trata-se do período de quarenta dias que antecede à páscoa do Senhor. É, na verdade, tempo de reflexão, de correção, arrependimento, de perdão e, consequentemente, de revisão de vida, reconciliação e salvação. Por isso, o Senhor Jesus nos diz: “Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; fazei penitência e crede no Evangelho” (Mc 1,15). Importante! O Senhor Jesus não disse: “Crede em mim”, mas, “crede no Evangelho”. É como se Jesus dissesse para nós: Quem crê no Evangelho, crê na palavra de Deus, que é a Verdade Eterna; crê no Verbo de Deus, como sabedoria no céu e na terra e, consequentemente, crê em mim, que sou o caminho, a verdade e a vida; pois, ninguém vem ao Pai senão por mim (Jo 14,6); visto que todo aquele que o Pai me dá virá a mim, e o que vem a mim não o lançarei foro (Jo 6,37), mas eu hei de ressuscitá-lo no último dia (Jo 6,44b). Assim, a meditação quaresmal tem princípio na Verdade Eterna, que é Deus, nosso Pai; no Verbo de Deus, que é a sabedoria da verdade – Jesus Cristo – e a direção amorosa do Espírito Santo, amor do Pai e do Filho.
Quando se diz quarenta dias, trata-se do tempo de Deus, do tempo necessário à nossa plena conversão, em que nos reconhecemos como pecadores arrependidos, pelo que, de todo o coração nos entregamos, interiormente, diante da verdade, total e incondicionalmente, ao Senhor Jesus, nossa vida e ressurreição.
Observemos bem! Moisés esteve sobre o monte Sinai, diante de Deus, quarenta dias e quarenta noites. O profeta Elias, com vigor do alimento que o anjo do Senhor lhe trouxe, caminhou quarenta dias e quarenta noites, até a montanha de Deus, Horeb. O povo de Deus, com Moisés, caminhou no deserto quarenta anos, até que o Senhor ordenasse a Josué que atravessasse o Jordão e tomasse posse da terra, conforme a promessa feita a Abraão.
A quaresma, historicamente, é tempo de salvação, como o Senhor Javé, outrora, falou através do profeta Isaías (Is 49,8) e, no tempo da plenitude, falou da hara (Coração) de S. Paulo: “Eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no dia da salvação. Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação” (II Cor 6,2) Então, o tempo de Deus é todo o tempo de seus desígnios eternos; e a quaresma é todo o tempo de quarenta dias e quarenta noites; ou, de quarenta anos da geração hebraica, conquanto que tudo se resuma no "hoje", pois, diz-nos o Senhor dos Senhores: “Hoje é dia de Salvação”.
O Senhor Jesus jejuou quarenta dias e quarenta noites, foi tentado pelo demônio, e o venceu para nós, Aleluia! Aleluia! Assim, o Senhor Jesus é a quaresma de nossa vitória antecipada, a alegria do coração da Virgem Maria em nossos corações.
Irmãos, é-nos necessário abrir os olhos e os ouvidos do coração, para que compreendamos o que o Senhor nos instrui através da sua Palavra. Ora, quando Jesus disse: Em verdade vos declaro: “Não passará esta geração sem que tudo isso se cumpra” (Lc 21,32), seus discípulos logo pensaram que sua segunda vinda era breve. Entretanto, o Senhor lhes falara sobre a geração dos eleitos, e não de uma geração de quarenta anos. E já se passaram dois mil anos!...
Mas, nossa quaresma é tempo de penitência, como nos fala o Senhor Jesus, desde o início de seu ministério: “Arrependei-vos e fazei penitência, porque está próximo o Reino dos Céus” (Mt 4,17). Então, nossa quaresma tem que ser de quarenta dias e quarenta noites num só dia e uma só noite, pois a páscoa do Senhor, nossa páscoa e ressurreição, está mais próxima do que possamos imaginar e/ou esperar.
Durante toda a quaresma deveremos orar com bastante freqüência a oração que o Senhor Jesus nos ensinou: “Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam” (Mt 6,12), pois, assim diz o Senhor: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará” (Mt 6,14).
Ora, o Senhor nos exorta, dizendo: “Se pecar sete vezes no dia contra ti e sete vezes no dia vier procurar-te, dizendo: ‘Estou arrependido’, perdoar-lhe-ás” (Lc 17,4). Por outro lado o apóstolo Pedro disse a Jesus: “Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes? Respondeu Jesus: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (Mt 18,21-22).
O Senhor Jesus, neste período da quaresma, continua a nos ensinar e exortar: “Sede misericordiosos como também vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados; dai, e dar-se-vos-á. Colocar-vos-ão no regaço medida boa, cheia, recalcada e transbordante, porque, com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos vós também” (Lc 6,36-38).
É, certamente, isso aí, irmãos!... A quaresma, são quarenta dias e quarenta noites de jejuns e penitência (Is 58,1-12), o que significa todo o tempo de nossa vida, como se fosse, para nós, o único dia do Senhor; tempo em que deveremos rasgar nossos corações e não as vestes (Jl 2,13). Então, irmãos e irmãs, mesmo pequenos, fracos e enfermos, seremos guerreiros do Seu exército (Jl 4,10); visto que confiamos no Senhor, que é a nossa sorte, e nele esperamos; pois ele agirá a nosso favor; e como a luz fará brilhar a nossa justiça; e como o sol do meio-dia o nosso direito. (Sl 36,6)

João C. Porto

sexta-feira, 2 de abril de 2010

SEMANA SANTA


mostrar detalhes 04:30 (7 horas atrás)

Estamos na Semana Santa. É o tempo de recolhimento em que a Igreja comemora os mistérios sagrados da nossa salvação: a instituição da Eucaristia, a morte redentora de Cristo e a vitória da vida sobre a morte na ressurreição do Senhor Jesus. Por isto se diz que esta semana é santa.

No âmbito da antiga ceia sacrifical hebraica, Cristo insere a novidade da Eucaristia. Os hebreus comiam o cordeiro pascal, de pé, de bordão nas mãos como para partir. Agora neste contexto da antiga ceia, de Páscoa, que se consumou, Cristo institui a Eucaristia, o novo e branco manjar em que nos alimentamos com o Corpo de Cristo. A figura deu lugar à verdade.

Comemora-se também nesta semana a morte redentora do Salvador na sexta-feira, quando o Inocente é sacrificado no suplício da cruz, por sentença de um juiz que cede à pressão dos gritos da multidão, mesmo depois de ter declarado publicamente não haver encontrado no Prisioneiro culpa alguma que merecesse a morte.

A Escritura sacra relata que a própria natureza se assustou com a morte do Salvador. O sol se escondeu para não ser testemunha do crime de martirizar o Inocente, que havia passado três anos distribuindo benefícios aos cegos, aos leprosos e aos paralíticos. Até o soldado romano, que presidia a execução do Condenado, ao ver o grito da natureza no momento da morte de Jesus, pôde exclamar assustado: “Verdadeiramente este Homem era o Filho de Deus”.

Na madrugada do domingo, o terceiro dia, a vida venceu a morte: Cristo ressuscitou! O sepulcro vazio, os guardas assustados, o sudário e os lençóis ali largados testemunhavam a vitória do que fôra crucificado. A Igreja celebra na liturgia esta vitória por cinqüenta dias, cantando os aleluias da ressurreição do Senhor.

Necessário vivermos estes mistérios que nestes dias comemoramos. Não podemos perder o sentido destas santas comemorações. Já se profanou a data sagrada do Natal, em que o Menino Jesus foi substituído pelo Papai Noel, pela ceia e pelo comércio. A Páscoa é ressurreição. É vida nova e vitória sobre o pecado. Por isto cantamos os aleluias de nossa fé em honra d’Aquele que venceu a morte e nos oferece a vida. Aleluia!

Desejo aos meus leitores uma Feliz e Santa Páscoa!
Dom Benedicto de Ulhoa Vieira
33catolico a serviço da Igreja

BOA NOVA DO SENHOR JESUS >> O Testemunho

Feliz o homem que, pela fé, a esperança e a caridade, se posiciona como testemunha fiel e verdadeira do Senhor Deus de Israel e Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador, no meio do seu povo.
“Vós tirareis com alegria água das fontes da salvação, e direis naquele tempo: “Louvai ao Senhor, invocai o seu nome, fazei que suas obras sejam conhecidas entre os povos; proclamai que seu nome é sublime. Cantai ao Senhor porque ele fez maravilhas, e que isso seja conhecido por toda a terra” (Is 12,3-5)
Assim, todos os que crêem em Jesus Cristo, com fé viva no coração, com amor e entrega gratuita e incondicional, são, na verdade, suas verdadeiras testemunhas, ao preço da própria vida, da mesma forma como Ele deu e dará testemunho a nosso favor diante do Pai Eterno.
Ora, diz S. Paulo: “Sem fé é impossível agradar a Deus, pois para se achegar a ele é necessário que se creia primeiro que ele existe e que recompensa os que o procuram” (Hb 11,6).
O testemunho dos filhos e filhas de Deus terá que ser fundamentado na fé de quem crê de todo o coração, de quem espera além da viva esperança e de quem pratica a caridade, conforme as virtudes de suas perfeições. (Cl 3,14) Na verdade, não há filho ou filha de Deus sem a fé que fortaleça a esperança, sem a esperança do vínculo da caridade, e sem a caridade do justo que vive da fé (Hb 2,4; Rm 1,17); pois, sem o exercício destas virtudes será vã a nossa fé. Aliás, o testemunho, que deva sair dos lábios de um cristão, será sempre a partir de quem vive em Cristo, sob a condução amorosa do Espírito Santo. Vejamos o que o Senhor Jesus disse aos seus apóstolos e discípulos, antes de ascender aos céus: “Recebereis a virtude do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e me sereis testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia, na Samaria e até os confins da terra” (At 1,8 – Vulgata)
Desse modo, digamos ao Senhor Jesus, de todo o nosso coração: Eis-me aqui, Senhor Jesus! Fazei de mim tua testemunha fiel e verdadeira no seio de tua Igreja; e que eu não te negue, jamais, em momento algum. “Vem Espírito criador, visita o espírito dos que são teus, enche de graça e esplendor os corações que tu mesmo criastes...” Ora, o Esposo e a Esposa aguardam, com alegria, o testemunho fiel e verdadeiro de seus filhos e filhas, na comunidade, no Poço de Jacó e, de modo especial, no mundo inteiro. Mas, para encerrar, vejamos o que o Senhor Jesus nos diz acerca do testemunho que lhe agrada: “Quem der testemunho de mim diante dos homens, também eu darei testemunho dele diante de meu Pai que está nos céus. Aquele, porém, que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus” (Mt 10,32-33). “Sê fiel até a morte e te darei a coroa da vida” (Ap 2,10b); pois, eis que eu renovo todas as coisas ... Está pronto! Eu sou o Alfa e o Ômega, o Começo e o Fim. A quem tem sede eu darei gratuitamente de beber da fonte da água viva. O vencedor herdará tudo isso; e eu serei seu Deus e ele será meu filho (Ap 21,5-7).

João C. Porto.